O Núcleo de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (CECFAU) se adapta à chegada do mais novo integrante do local, um filhote de mico-leão-preto macho. A gestação ficou famosa depois da divulgação do ultrassom feito na mamãe primata em fevereiro.
A espécie é considerada ameaçada de extinção e tem o título de patrimônio ambiental, símbolo do estado de São Paulo.
O filhote nasceu em março com apenas 70 g e agora já pesa 200 g. O retrato oficial do mico ocorreu apenas agora, já que os cuidadores optaram pelo menor contato possível no pós-parto para evitar estresse da mãe. Ele continua sendo amamentado, mas também come frutas, legumes e insetos.
“A alimentação com insetos acontece de forma natural, até em razão de observar os adultos. Os filhotes vão experimentando e explorando mais o ambiente, criando a própria autonomia”, explica a assessora técnica da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) Giannina Piatto Clerici.
A gestação da mamãe mico era de dois filhotes, mas um deles não sobreviveu e morreu logo após o parto. “É comum acontecer complicações no parto ou pós-parto, o que sabemos é que o filhote morreu de causas naturais”, afirma a assessora técnica da Semil.
Com o nascimento, o CECFAU passa a contar com 23 micos-leões-pretos. A espécie é uma das quatro de micos-leões. Atualmente, estima-se que existam de 1.600 a 1.800 micos-leões-pretos vivendo em remanescentes de Mata Atlântica de interior e matas ciliares.
Os primatas se alimentam principalmente de frutos e insetos e dormem em buracos de árvores. Eles pesam em média 600 gramas e medem cerca de 30 cm de corpo e 40 cm de cauda. Os micos machos adultos, as fêmeas e os jovens apresentam a mesma pelagem predominantemente preta, com exceção das coxas e da base da cauda, que apresentam cor vermelho alaranjada. Na região da cabeça, possuem uma juba que cobre as orelhas.
Sobre o CECFAU
Desde 2015, o CECFAU já registrou 400 nascimentos de filhotes de espécies ameaçadas de extinção. O local é voltado à pesquisa e manejo de fauna silvestre, localizado em uma área de 80 mil m² em Araçoiaba da Serra, no interior do estado. Atualmente, os esforços se concentram em preservar e proteger seis espécies: o sagui-da-serra-escuro, o mico-leão-preto, o mico-leão-de-cara-dourada, a arara-azul-de-lear, o tamanduá-bandeira e a perereca-pintada-do-rio-pomba.
Os pesquisadores do Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre do Governo de SP trabalham para a preservação das espécies da fauna brasileira, o desenvolvimento de estratégias destinadas à manutenção de espécies sob cuidados humanos geneticamente viáveis para programas de reintrodução e o reforço das populações na natureza.
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