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Luizette Azeredo, a “tia” que fez história na educação cachoeirense

Nasceu em Santa Angélica, interior de Alegre

16/08/2022 às 15h51
Por: Cidade na Rede Fonte: A Redação
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Luizette Azeredo, a “tia” que fez história na educação cachoeirense
Luizette Azeredo  Bittencourt, 85 anos, nasceu em Santa Angélica, interior de Alegre. Respeitadíssima no meio educacional, ela começou a dar aulas aos 20 anos e dedicou toda a sua vida à educação. E ainda hoje marca forte presença no IPE, escola de sua propriedade, e onde estudam netos de alunos seus.

Eu caçava borboleta quando era criança. Você acha que uma criança assim tem temperamento para ficar sentada ouvindo uma professora que não põe magia na sua aula, que fala de coisas e palavras que como criança eu ignorava?

A nossa Brava Mulher de hoje é Luizette Azeredo  Bittencourt, 85 anos, nascida em Santa Angélica, interior de Alegre, respeitadíssima no meio educacional não apenas em Cachoeiro, mas em todo o Espírito Santo.

Ela começou a dar aulas aos 20 anos, dedicou toda a sua vida à educação, e ainda hoje marca forte presença no Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), escola de sua propriedade, e onde estudam netos de alunos seus.

Ela fundou a antiga escola Pequeno Príncipe e chegou aos 2.500 alunos. Depois comprou o Patinhas.

Deu à escola o nome de Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE) há 20 anos. Começou com com 436 alunos. Só havia aulas pela manhã para estudantes do infantil e fundamental.

“Somos um laboratório de pesquisa. Temos grandes gestores nesta cidade que passaram por aqui. Os meus primeiros alunos já estão todos de cabelos brancos. Os filhos e netos estão aqui. Isto é uma recompensa”, ressalta.

A nossa Brava Mulher conta que, juntamente com a sua equipe, fez um planejamento para a escola recém-adquirida. As metas são para cada cinco anos.

A primeira foi para alcançar o número de alunos que permitisse funcionar a tarde. Alcançaram. Depois o objetivo foi trabalhar com o ensino médio. Alvo conquistado.

Hoje o IPE tem 180 funcionários, 1.030 alunos a partir dos quatro anos até o ensino médio, mais de 100 em tempo integral, e segundo Luizette há inúmeros pedidos para ampliação do horário estendido.

Então falar de Luizette é  falar de uma professora que faz parte da vida de milhares de cachoeirenses.

Luizette faz questão de destacar que na sua linha de trabalho os valores são muito fortes. “Pode se divertir aqui na escola, mas tem que obedecer regras. Elas são feitas de acordo com a idade do aluno. Pequenininhos podem vir sem uniforme. Os grandes não. Eles têm que sentar direito, sem boné. É proibido sandália de dedo. Celular então é proibidíssimo”.

Aos que pensam que as coisas aconteceram de mão beijada na vida de Luizette Azeredo, é bom saber que enfrentou muitos obstáculos na escola, uma vez que tinha dificuldade de aprendizagem.

Segundo conta, ela e os irmãos não conseguiam aprender. Tudo era muito difícil para eles. Ela diz que só passava de ano porque decorava as matérias, e não porque aprendia.

“Falavam que tínhamos baixo nível intelectual. Meu irmão só passava de três em três anos. Eu tinha TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e era disléxica quando ninguém sabia o que era isso, principalmente na roça, onde eu comecei a estudar”, relata.

Diante desse quadro, Luizete relata que desde sempre sentiu que precisava fazer alguma coisa para mudar não apenas a sua situação e a de seus irmãos, mas de todos os estudantes que atravessassem o seu caminho com dificuldade de aprendizado.

Mas o caminho foi longo, faz questão de ressaltar. Ela começou muito cedo a se preparar para o Magistério, sempre com os olhos voltados aos autores referência na área da educação, com quem foi aprendendo ao longo de sua vida profissional.

Existem muitos educadores que nortearam o seu aprendizado, mas cita especialmente Maria Montessori, Quintiliano e Vigostiki e o padre canadense Paul-Eugéne Charbonneau, que nortearam sua pesquisa, que durou exatos 45 anos.

Ela diz que a médica italiana e pesquisadora Maria Montessori a ensinou que todos têm potencial para aprender.

“Mas o adulto precisa ver a linguagem que vai usar porque às vezes ele fala coisas que a criança não entende em sala de aula. O meu desafio da vida toda foi mudar essa realidade”, frisa.

Com o pedagogo romano Marco Fábio Quintiliano (que foi, junto com Séneca, um dos mais respeitados pedagogos romanos) diz que fortaleceu o seu princípio de que é importante aprender de forma lúdica, e que por isso é importante alternar trabalho e recreação para que a atividade escolar seja proveitosa.

Já com o psicólogo russo Lev Semionovitch Vigotski, conta que aprendeu que o  desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida.

O padre Charbonneau ensinou à educadora que é preciso ter uma visão sistêmica do aluno, associando corpo e alma, vida física e espiritual.

“Percebi imediatamente que precisava me dedicar àqueles alunos, que como eu e meus irmãos, não conseguiam aprender com a mesma facilidade que os outros. Até hoje faço questão de ter um olhar especial sobre esse aluno.  Valorizar os super dotados é fácil. Mas eu nunca percorri o caminho mais fácil”, ressalta a educadora.

Vamos conhecer um pouco mais dessa professora que devido à sua importância na educação cachoeirense foi retratada em selo postal dos Correios pelos seus 60 anos de magistério.

Com a palavra a “tia” Luizette Azeredo Bittencourt.

 

Quando percebeu que tinha talento para dar aula?

Desde a infância eu brincava de escolinha, mas confirmei essa vocação na escola normal, que era o único curso que cabia às meninas da minha época. Nesse período me deparei com matérias que eu tinha muitas dificuldades. Amava Sociologia, Pedagogia e Didática e fui vendo que queria continuar naquele caminho. Nunca foi fácil, mas me dediquei tanto que terminei o curso em primeiro lugar.

Pouco tempo depois de me formar já estava dando aulas. Botei na minha cabeça que eu ia me dedicar a crianças com dificuldade de aprendizagem como eu e meus irmãos. Como professorinha formada na rede pública caí no trabalho, ainda sem base.

Mas fui formando a minha base ao longo dos anos, antes de chegar na cidade. Aos 19 anos iniciei uma pesquisa lá na roça, ainda no meu estágio probatório como servidora pública. No fim da pesquisa eu já era competente (conta sorrindo).

Fechei esse estudo com o médico psiquiatra Sérgio Bourbon há 20 anos. Durou 45 anos essa pesquisa. Foi uma longa caminhada de muito aprendizado.

Eu lecionei na roça, em Alegre, em fazendas, e em São José das Torres e Itapemirim. Saia 5h da manhã e voltava 5h da tarde

Já tinha feito curso de Pestalozzi e fui trabalhar no Jardim de Infância de Cachoeiro, que estava fechado há três anos e precisava de uma profissional com o meu perfil.

Eu dei aulas para crianças que ninguém queria. Hoje fala-se de inclusão, da necessidade de promover integração, mas naquele tempo ninguém falava nisso e era comum alijar alunos com essas dificuldades.

Então vale muito para mim desde o meu primeiro dia em sala de aula o olhar de Maria Montessori de que toda criança aprende, desde que seja adequadamente motivada.

 

O que mudou na Educação desde que você começou?

Hoje a inclusão que eu sempre quis faz parte de todas as pautas. No meu início não. Eu percebia as crianças doentes ficando presas em casa. Agradeço a Deus pela minha sensibilidade de ver que tinha alguma coisa errada na minha família, porque ninguém aprendia, mas que havia outras pessoas que passavam pelo mesmo problema. Então eu percebi isso e escolhi seguir pelo caminho da pesquisa, que foi encerrada após ouvir neurologistas, psiquiatras e outros profissionais que fundamentaram cientificamente o meu trabalho de entender porque aprender era tão difícil para algumas pessoas. Hoje as escolas têm uma equipe pedagógica que contempla uma equipe multidisciplinar que tem inclusive psicólogos. Então creio que os desafios que enfrentamos hoje são mais fáceis. Mas eu me dediquei desde sempre, por opção, com os tímidos e considerados perdedores. Dar um beijo e abraçar as pessoas bonitas e cheirosas é muito fácil.

 

Existe algum método  educacional desenvolvido durante essas décadas de pesquisa que possa ser classificado “Método Luizette Azeredo”?

Vou repetir Maria Montessori, que sempre amei, e que se fosse viva traria para o meu colo. “Eu não fiz nenhum método. Eu gosto de crianças. Todo ser humano aprende”. Desde que tenha um bom apresentador da matéria, que conheça a criança. Ela gerou uma quantidade de material fantástico. A gente carrega a criança no olho. Montessori era médica, mas não deixaram ser médica porque era mulher. Foi ser matemática, mas também não deixaram pelo mesmo motivo. Então finalmente foi ser professora. Enfrentou dificuldades e venceu todas.

Ela se embrenhou num hospitalzinho e ficou horrorizada das criancinhas que chegavam muito deficitárias e com a cabecinha ruim.

Então juntou filhos de presidiários e abriu uma escola. Quando estavam no quinto ano pediu que aplicassem a mesma prova dos outros alunos considerados “normais” aos seus alunos e eles se saíram muito bem.

Durante todo o período as crianças foram bem alimentadas. E as mães foram motivadas a entrar nas salas de aulas e ensinar aos estudantes.

Foram orientadas a olhar para a criança, conversar, deixar a criança fazer escolha em relação aos lápis para ver como ela estabelece relação com o material, com as cores.

Essa experiência me ensinou muito. Foi por isso que após muita observação e estudos implantei aqui na escola o som fônico, porque percebi que toda criança começa a falar emitindo sons vocálicos em várias modulações.

Quando a criança tem três anos está lendo. Naturalmente. Sem pressão. O nosso compromisso é adequar o material para a faixa etária da criança e acompanhar tudo muito de perto, percebendo os ajustes que precisam ser feitos.

A presença da família é importante, bem como respeitar a maturidade da criança. Onde ela está? Em que altura do desenvolvimento infantil ela está? Aqui estamos falando de Vigotski. Ele defendeu essa tese. A de que o organismo aprende quando ele está maduro para a oferta.

Usamos aqui na escola também as vogais de lixa, sensorial. Agora com os ensinamentos de Quintiliano, um educador fantástico que morreu triste porque não viu resultado de sua proposta com os adultos.

Mas é porque sua proposta era ótima, mas não era para adultos, e sim para crianças menores. Vigotski levou para a sala de crianças e deu muito certo. É a maturidade para a oferta.

 

O que os pais têm mais dificuldade de entender?

Alguns têm dificuldade de entender que é preciso impor limites e que as perdas fazem parte da vida. O limite faz parte da vida. As crianças precisam aprender a ouvir não, a perder. Se isto não acontecer ela não aprende a lidar com frustrações e vai ser um adulto que vai sofrer muito.

Eu jogo com meu bisnetinho. Eu não entendo nada do jogo. Mas ia vê-lo jogar. No começo, quando ele perdia, achava muito ruim. Ameaçava parar de jogar. Aos poucos fui conversando com ele e a partir de então ele perdia e começava de novo. Já sem tanto sofrimento.

A aprendizagem mais dolorosa é ensinar uma criança a perder. Mas se ela não aprende, como ela vai encarar a vida adulta?

Minha universidade não foi nenhuma de referência mundial do exterior. Foi nas perdas que eu tive pelo caminho. Foi o meu melhor aprendizado.

 

Quais as principais conquistas que você apontaria nesses seus 65 anos dedicados à educação?

Creio que deixar plantada a tese de que criança sem brincadeiras, carinho e calor humano não aprende. Seja ela quem for. Filha do prefeito, do governador, do grande empresário, do vereador, do deputado.

A criança que é mal tratada em casa tem medo de todo mundo. Porque se a mãe trata mal, em quem ela vai confiar? Nós temos gente rica sem educação, gente da alta sociedade sem educação.

Outra conquista é ter pessoas da terceira geração aqui na escola. Os avós estudaram comigo, os filhos estudaram e agora os netos estão conosco. Isso quer dizer que estamos no caminho certo. Eu aprendo com o meu trabalho todos os dias. Eu sou uma eterna aprendiz.

 

Que conselho daria aos jovens que ainda estão indecisos em relação ao futuro profissional?

Que procurem trabalhar no que mais amam e conhecem. Quando olho para trás e vejo que tenho anos de trabalho e desde sempre ia trabalhar feliz, fosse andando a pé, no serviço público ou no privado, vejo que fiz e faço a coisa certa.

É preciso ficar atento ao fato de que existem perfis diferentes e cada pessoa é atraída por alguma coisa diferente.

Trabalhar no que se tem prazer é a melhor coisa. Em qualquer profissão é preciso estudar, pesquisar. E quanto mais você estuda, mais se qualifica. É uma roda viva. Você vai sendo sempre feliz.

Então, se você gosta de tocar boi, vai para uma fazenda. Se especialize. O que você faz tem que ser o mais bem feito de tudo.

Não interferi no que as minhas filhas queriam fazer. É preciso tomar a decisão e ser feliz com essa escolha.

Eu sou tão feliz com o que faço que espero não parar. E espero que ninguém pense em me tirar da escola. Não existe lugar melhor. Quero trabalhar enquanto tiver visão e estiver mentalmente bem.

 

Que mensagem deixaria aos pais?

A primeira coisa que diria aos pais são palavras de um padre francês que veio ao Brasil trabalhar com os jovens, o Paul-Eugéne Charbonneau.

Nós vemos que o bebê é muito bem acompanhado. Os pais querem saber tudo. Mas quando a criança está saindo da infância para entrar na pré-adolescência os pais largam, se afastam.

Nos ensinamentos do Padre Charbonneau se afastam quando o filho mais precisa. Na hora em que o menino precisa de um exemplo de pai. Quando a menina precisa de um exemplo de mãe.

Então eu falaria para os pais: filho é uma decisão nossa e é para sempre. E exige cuidados desde a hora que nasce até a hora que nós morremos. Filhos não deveriam morrer antes dos pais.

Filhos precisam de pais sinceros, que digam a verdade. Que a mãe deixe o filho saber que está chateada porque discutiu com o marido. A criança tem que partilhar da vida real dos pais. Ela vai aprender a lidar melhor com os problemas.

 

As dificuldades iniciais te ajudaram a dar mais valor à educação?

Com certeza.  No interior ficava junto com minha mãe. Filha única entre irmãos, aprendi a bordar, muito nova aprendi a cozinhar.

Vim para Cachoeiro estudar e aos 12 anos já tinha autonomia para ganhar dinheiro. Fazia bordado e ganhava meu dinheirinho. Um médico cachoeirense que já está de cabelos brancos teve o enxoval bordado por mim. Eu gostava de ensinar minhas coleguinhas a bordar. Sempre partilhei do que aprendia.

Eu era uma menina muito responsável. Vejo hoje que às vezes os jovens estão brincando de namorar. Falo com eles que não sabem nem o preço do leite. Mas considero que a juventude está sendo bem educada.

Tem muita criança comprometida com o estudo. Quanto mais dificuldade a família passa, mais ela se esforça. Mas também tem muita família bem sucedida e comprometida, que não ostenta e ensina aos filhos o valor da educação.

 

Quais as lições que a vida profissional te deixou?

Que é preciso estar sempre atenta. Na minha infância havia um preconceito com quem não aprendia. Primeiro eram consideradas ignorantes. Depois epiléticas, mesmo sem convulsionar, depois apenas desatentas.

Eu caçava borboleta quando era criança. Você acha que uma criança assim tem temperamento para ficar sentada ouvindo uma professora que não põe magia na sua aula? Que fala de coisas e palavras que como criança eu ignorava?

Isso é um desrespeito com uma criança de cinco anos. Ninguém se importava se a criança sabia.

É por isso que até hoje eu fico atenta e exijo o mesmo dos meus professores. Eu dou atenção, pergunto e acompanho muito de perto o desenvolvimento de todos, mas especialmente das crianças mais problemáticas.

Uma criança que veio parar aqui porque não aprendia em escola nenhuma, e que foi acompanhada muito de perto por mim, de repente não quis vir mais.

A mãe falou que era porque eu falava: vem aqui para eu tomar sua lição. E ela odiava essa expressão de que eu iria tomar alguma coisa dela.

Olha que estupidez. A Luizette fazendo estupidez. Tomar é tirar, arrancar. É por isso que falo que aprendemos todos os dias. É preciso aguçar a sensibilidade para somar na vida do aluno.

É preciso ficar realmente atentos porque esse palavreado nosso às vezes é agressivo. Piaget fez dois slides.

Um do pai puxando a mãe pela língua quilométrica. Ele fala muitas vezes: “mulher, cala a boca ou vou cortar a sua língua”.

Outra imagem tem uma mulher com uma trouxa de roupa na cabeça. Às vezes quando as crianças brigam ou fazem bagunça a mãe fala que vai pegar as trouxas e ir embora de casa.

São falas muito agressivas. Quando os pais estão em processo de separação falam muitas coisas que provocam estrago na trajetória das crianças.

Uma de nossas alunas, aos cinco anos, simplesmente parou de falar. Então é preciso muita sensibilidade.

Eu me sentia mal tratada pela ignorância com que a criança era vista no meu tempo. Eram ordens para sair da sala porque a família estava com visitas. Na minha casa nunca teve isso. Adulto não deve falar o que a criança não pode ouvir. Falar mal do vizinho.

A gente não pode brincar de fazer educação. Tem que fazer de verdade. Sério. Como vou ensinar o aluno a ser sério se eu não sou. É pelo exemplo que se educa. A criança se decepciona quando o pai ou o professor ensina uma coisa e faz outra.

É sempre pelo exemplo. Eu ia de sala em sala mostrando como eu era uma mulher velha e ereta. Sabe porquê? Porque desde o segundo ano a minha professora falava isso. Então oriento para que se sentem eretos na cadeira.

A vida é assim. Comecei a vida profissional atenta para perceber todo mundo. E todo livro que eu lia e ficava atenta ao modo de escrever de cada escritor. E sempre aprendi muito.

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