Atualmente estão sendo criadas diversas iniciativas, normas e regulamentações com o objetivo de influenciar e direcionar as estratégias de ESG (Environmental, Social and Governance) das empresas. O termo ESG e a exigência de incorporação de critérios ESG na análise de ativos apareceram pela primeira vez em 2006 no Principles for Responsible Investment (PRI) da United Nations. Incluir variáveis ESG em análises de investimento e ratings de ativos é uma atividade historicamente nova.
No Brasil, as novas regulações do setor financeiro anunciadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pelo BACEN (Banco Central do Brasil) são um dos pilares no marco de leis e regulações de ESG, assim como as novas regras da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), que trazem requisitos de sustentabilidade a serem observados pelas sociedades supervisionadas.
“Esta agenda representa uma oportunidade de criar um modelo de gestão mais seguro, equilibrado e que possibilita mais abertura para investimentos internacionais”, salienta Vininha F. Carvalho, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
Segundo Tarsila Arnone, consultora master de ESG da Protiviti, toda essa movimentação de expansão regulatória existente, e de incorporação de novas medidas, seja por imposição, seja por adesão voluntária e orientativa, buscam mais previsibilidade de cenários para diminuir riscos e vulnerabilidades, trazendo equilíbrio entre os pilares ESG. Consequentemente, há mais valor para empresas, clientes e investidores.
De acordo com uma pesquisa da Bloomberg e Adox Research, 92% dos executivos pretendem aumentar os gastos com ESG em ao menos 10%, enquanto 18% planejam ampliar os investimentos em 50% ou mais.
Jennifer Chen, CEO e fundadora da JC Capital, enfatiza que é importante que as empresas entendam que este tipo de investimento é algo que vai sendo construído em etapas e não vai trazer resultados de uma hora para outra. No entanto, é uma decisão que vai trazer muitos benefícios no futuro.
Segundo uma pesquisa da consultoria Accenture, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, empresas que adotam práticas ESG têm um lucro 20% maior do que as demais, fazendo com que a sociedade comece a rejeitar organizações que não aplicam esses fundamentos. Ainda nessa linha, o relatório da Amcham Brasil aponta que 82% dos CEOs, presidentes e vice-presidentes de empresas se sentem responsáveis por expandir os compromissos com as agendas ESG.
“Hoje, os investidores avaliam alguns critérios principais para medir o sucesso ESG das empresas. O primeiro deles é o ambiental, focado na emissão de gases poluentes e na adoção de tecnologias limpas. Já o social leva em consideração o ecossistema de colaboradores, clientes e fornecedores, priorizando aquelas organizações que tratam sua comunidade de maneira justa e que aplicam a diversidade. Por fim, o critério de governança corporativa avalia a estruturação da empresa e a sua transparência na hora de divulgar informações relevantes”, afirma a especialista do setor, Itali Collini.
“As questões que envolvem a prática do ESG ganham cada vez mais apoio e relevância na sociedade. As ações em ESG estão influenciando nas preferências dos consumidores. Eles optam por produtos de marcas que investem em sustentabilidade e adotam práticas positivas ao meio ambiente. Devido a este fato, as empresas passaram a dar publicidade às medidas que se encaixam neste conceito”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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