Deputado federal no primeiro mandato, Coronel Tadeu (União-SP) vai disputar a reeleição neste ano pelo PL, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Neste mandato, o parlamentar disse que o povo brasileiro ainda elegeu mal os representantes na Câmara dos Deputados. Para ele, apenas 80 deputados atuam bem. Tadeu disse ainda que teme a tentativa de assassinato de Bolsonaro que, segundo ele, pode partir dos “psicopatas do PT”. Leia abaixo a entrevista:
O TEMPO – Vamos começar a falar sobre um projeto que tramita no Congresso que é sobre a posse e porte de arma. Quando esse projeto apareceu em 2019 contava com algumas regras para quem quer ter arma, como ter um cofre em casa. O senhor acha que esse projeto, com todas as regras, pode prosperar no Congresso Nacional?
Coronel Tadeu – Foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2019. Naquela época esse projeto foi muito desidratado. Era uma proposta inicial para dar garantias às pessoas que gostariam de ter acesso às armas, mas, infelizmente, ele foi desidratado, ou seja, foi sendo sucateado no meio do debate dentro do plenário da Câmara dos Deputados. Mas foi o que nós conseguimos aprovar na época, mesmo não estando a contento daqueles parlamentares que são armamentistas. Projeto seguiu para o Senado Federal, ou seja, indo para o terceiro ano. E o projeto está sob relatoria do Marcos do Val, que está tentando fazer o melhor para essa área. Quando falamos de armas, o Brasil é o país mais rigoroso do mundo, sem medo de falar que é o país mais rigoroso do mundo, no que se refere as regras para se ter uma arma. Não queremos distribuir armas ou mandar pelos correios, como eu já ouvi alguns desarmamentistas falando. Nós queremos é que as pessoas tenham direito de portar a sua arma. Nós sabemos que o nosso nível de proteção, de segurança do cidadão para transitar qualquer lugar desse país, ainda é insuficiente. Não que as nossas forças policiais sejam ruins. Exatamente o contrário: são muito boas e vivem eternamente numa guerra. O nosso problema é na legislação penal, na legislação processual. Nós não conseguimos prender um bandido nesse país, então nós temos que nos defender deles. A gente vai com uma segunda alternativa, que é a autodefesa. Aí é que está o grande problema. Alguns dizem que é erro e não é. É um acerto para quem quiser ter o direito de acessar, comprar, treinar para poder utilizar uma arma. Não é qualquer pessoa que tem acesso. É preciso comprovar idoneiaddae moral, não ter antecedentes criminais, fazer teste psicológico e psicotécnico e fazer curso de tiro e passar na prova.
Agora, outra questão também que está nas prioridades do presidente Jair Bolsonaro é acabar com a “saidinha” de presos. a saidinha do preso né?
Eu vou falar com toda franqueza: Nessa legislatura (2019-2022) não passa. Nós não temos um Congresso afinado com essas pautas, infelizmente. Não tenho números de cabeça, mas as saidinhas precisam ter mais rigor. Exemplo: Para que vai soltar bandido no feriado de Dia das Mães, se ele não tem mãe? Para que vai soltar estuprador no feriado do Dia das Crianças? Para que você vai soltar um preso no feriado de Natal se ele não ter família? Então isso não tem controle nenhum por parte do Judiciário. É uma verdadeira aberração. Outro detalhe: Você solta 10 mil presos. Historicamente de 10 a 15% não voltam. E de 5% a 7% são presos reincidindo no crime. Roubando, furtando ou matando. Não quero ser radical e dizer que nenhum pode sair. Claro que não. Tem presos que cometeram um crime, se arrependeram e estão em um processo de ressocialização.
Há na Câmara uma PEC que permite a prisão após condenação em 2ª instância. A oposição sempre disse que era uma PEC para prender o Lula. Hoje o Lula está sem as condenações, que foram anuladas no âmbito da Lava Jato. Agora essa PEC pode prosperar?
Essa é uma situação lamentável. Quando eu fiz campanha em 2018, eu sempre preguei um discurso de combate à impunidade. Para minha decepção, após 36 meses de mandato, nós não conseguimos prosperar com uma das pautas mais importantes desse combate à impunidade. Para mim pouco importa se o Lula era o principal alvo dessa prisão em segunda instância. Se ele fez, ele tem que ser preso. A gente sabe muito bem que hoje ele não é uma pessoa inocente, é uma pessoa que está ainda sob judice em quatro, cinco processos, que foram anulados indevidamente. Tiveram que sair do Tribunal do Rio Grande do Sul para o Tribunal de Brasília por questão profissional. Não isentando o Lula de absolutamente nada. Ele é um criminoso contumaz. Agora, deixando o Lula de lado. Olha o universo infinito de pessoas condenadas em 2ª instância e estão soltas. Nós tínhamos que dar resposta para sociedade e temos que acabar com essa palhaçada.
O senhor foi eleito em 2018. Qual imagem que o senhor tem da Câmara? Mais negativo ou positivo?
Infelizmente o povo brasileiro ainda elegeu mal. Uns 80 deputados são firmes com essas pautas de combate à impunidade e melhorias na legislação penal e processual. 80 de 513. Temos cerca de 250 deputados com processos de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. E isso inviabiliza qualquer avanço. Então precisamos que o povo melhore suas escolhas e coloquem mais deputados verdadeiramente comprometidos com essa pauta.
Deputado, agora vamos falar um pouco de eleição. Vamos começar por São Paulo. Em 1994, Mário Covas venceu a eleição, assumiu em 1995 e de lá para cá só tucanos foram eleitos. O senhor acha que desta vez o PSDB não vencerá mais a eleição em São Paulo?
São 28 anos de PSDB em São Paulo. Desta vez eu não tenho dúvida nenhuma. O PSDB será retirado do comando do governo do estado até pelas últimas ações do governador João Doria que tem desagradado muito a população paulista. Principalmente em relação a essa politização do Covid-19. Ele trilhou por um caminho errado e está pagando um preço muito alto. Ele será afastado da política definitivamente. Na política tem um ditado que diz “a política adora uma traição, mas não perdoa o traidor de jeito nenhum”. Ele vai pegar justamente com esse ditado. Ele usou “BolsoDoria” para se eleger e semanas depois passou a atacar o presidente. Quando chegou a pandemia ele se posicionou contrário a todas as ofertas que o Governo Federal fez. Todo esse suporte do covid foi feito pelo governo federal. Eu, particularmente, tenho um ódio dele pessoal pelo que ele fez com as polícias do Estado de São Paulo. A Polícia Militar está a caminho de um desmantelamento. Com baixos salários, pouca valorização, muito trabalho provocando um estresse muito grande nos policiais. Desafio você a visitar 10 distritos polícias para ver prédios destruídos, falta de policiais e sem viaturas.
A escolha do ministro Tarcísio Freitas para disputar o Governo de São Paulo foi uma boa escolha de Bolsonaro?
Foi uma boa escolha, excelente escolha. Primeiro porque ele fez um trabalho em 38 meses que revolucionou a infraestrutura do País. Na parte rodoviária, praticamente asfaltou 4 mil quilômetros e realizou obras que há tempos eram prometidas por governos anteriores. Fez uma revolução na área de construção de portos, aeroportos, rodovias. Recentemente um marco na história das concessões do Brasil e das rodovias que foi a concessão por mais 30 anos da BR-116, a Presidente Dutra que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. Todo trabalho do ministro Tarcísio o credencia para disputa e, pelas pesquisas, o colocam no 2º turno da disputa.
No âmbito federal, o senhor acredita que a eleição deste ano será mais violenta do que 2018?
Olha, o PT é um partido de psicopatas, literalmente falando. Um bando de malucos que não sabem nada do que querem para vida. Eles vão partir para cima para poder tentar virar o jogo de qualquer jeito, que a gente sabe que é impossível. Tem que tomar cuidado. São violentos, parte para cima mesmo. O presidente Bolsonaro tem que ter muito cuidado na campanha. Eu tenho certeza de que o PT vai em algum momento tentar assassiná-lo.
E contra o Lula? Porque tem uns malucos que apoiam o Bolsonaro.
Lula está ruim nas pesquisas. A gente sabe que as pesquisas são manipuladas. Ele não causa a menor preocupação. O pessoal que é bolsonarista, somos ordeiros, trabalhamos em paz e de forma tranquila. Fiz isso em 2018. Só vi agressões por parte do PT. Não vi um bolsonarista ir ao comício do Haddad para provocar. Não vi em São Paulo e não lembro de ter visto no Brasil.
Deputado, o senhor está saindo do União Brasil e vai para o PL. O senhor vai de corpo e alma ou com pé atrás, porque lá tem o Valdemar Costa Neto, que foi condenado no Mensalão?
Eu vou com presidente Bolsonaro de corpo e alma mesmo. Vou para apoiá-lo na campanha, para tentar minha reeleição. Eu não tenho restrição ao nome do Valdemar Costa Neto, porque ele já cumpriu a pena dele. Para ele eu não posso dizer (que não foi punido). Ele foi punido 100% e, portanto, é um homem limpo hoje.
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